Começo meu texto de hoje, relembrando alguns parágrafos do fim parece o começo, mas o que está com corte com (...) não estará na linha de pensamento que vou desenvolver hoje:
"É apenas no fim que voltamos ao começo, aquele começo que foi bom para poder sustentar tanto tempo. (...) quando o FIM chega, paramos, respiramos e vemos, se as lágrimas que caem são de culpa, de remorso, de alívio, de descanso, de alegria, de amor, de ódio ou até de desamor, daquele amor que não foi bem vivido. Aquele amor que deveria ser cuidado com carinho e foi chutado.
Aquele contato que deveria ser mais bem aproveitado.Por que no fim, quando tudo acaba, é só o que fazia sentido. Só levamos no peito o suspiro daquele amor que não soubemos viver ou levamos aquela saudade gostosa de quem amamos muito. Dessa forma, concluo que tudo tem um prazo de validade . (...)Por isso, temos que curtir as pessoas, os amigos, os amores, os filhos, as mães, os pais, o trabalho, o dia lindo, o dia chuvoso, ou seja, curta enquanto ainda há tempo."Respeitar o fim, rever o começo, entender porquê se errou, mas o fim não tem recomeço." ( Novembro de 2011 ).
Esse blog surgiu de uma necessidade psicológica de expor várias perdas, tal como a morte do meu pai e a morte dentro do meu peito do meu relacionamento pelo meu ex-companheiro.
A primeira fruto da obra divina, a segunda fruto do início de um homicídio afetivo.
Quando de ama alguém e se vive um relacionamento, é muito difícil sair e tomar coragem para recomeçar.
Tentamos e tentamos, buscamos rever, reviver, sorrir, brigar, agredir, amar, chorar, conversar, se entender, ou seja, tentamos com as armas que temos e com o que temos naquele momento.
Mas, como citei em outro texto, contamos o espólio após tal morte, pois o que fica de um relacionamento de muitos anos? Amor? Ódio? Mágoa? Frustação? Vaidade? Orgulho? Tristeza? Decepção? Ingratidão? Loucura? Depressão?
Passam vários meses, separações, questionamos sobre todos sentimentos e pensamentos. Com o tempo, afastamento, fica um adeus mais ameno, um sentimento de pena e até ternura. Um perdão começou no ar. Afinal, foram anos e anos. Afinal, um amor tão grande no peito demora a morrer, permanece latente, quente, ainda que escondido.
Contudo, jaez, nada na vida é por acaso. O tempo passa, investimos em nós, começamos a ter sonhos, criando uma nova forma de vida, novos sonhos.
Conhecemos novas pessoas, aprendemos novas formas de vida, mas a base é a mesma, somos aquelas pessoas que a vida formou em anos.
Comparamos os homens ou mulheres que passam na nossa vida, comparamos e em algum momento, até por carência ou por comodismo, ou até preguiça de tentar, voltamos para o fim, para aquele EX, aquele que já sabemos os defeitos e as virtudes.
Mas, a paciência acaba para várias coisas, não estamos mais buscando os mesmos embates, a vida é muito rápida, os bens de consumo efêmeros e as pessoas estão muito vaidosas, querendo tirar onda, viver desatinos, sensações, amores fungíveis, noites em baladas loucas, com muita droga e rock in roll.
Ficamos na ilusão que será mais fácil, que as barreiras já são conhecidas e que a batalha que se travar, será de sucesso, nos iludimos acreditando que o destino quis assim, entramos novamente no novelo, no ciclo que não nos levará a nada.
É o eterno nada com porra nenhuma, tal como cita a gíria popular. Neste nada, apenas podemos nos ferir, mas alguns casais até conseguem passar por cima, e ainda reatar.
Mas o fim não tem recomeço.
Alguns apenas revivem o fim. Alguns apenas tocam nas feridas. Alguns apenas choram em silêncio e tentam se enganar.
Dessa forma, quem tenta o retorno, poderá retornar e retornar novamente. É uma rua sem GPS. É um retorno sem encontrar a saída da auto-estrada.
Quando nos deparamos com o outro, olhamos nos olhos e vemos que ele já entrou derrotado, cansado, perdido, sem saber o que quer, é melhor pegar novamente o retorno e tentar se perder em outra estrada, afinal, quem sabe novamente perdido, pedindo informação, lá na frente da Rodovia, apareça alguém.
Apareça alguém meio sisudo, meio sorrindo, mas que com toda a segurança, lhe diga:
- Eu vou te mostrar o caminho, eu conheço. Já me perdi também. Já peguei tal retorno, mas se você olhar para trás, há uma outra estrada nova, você vai aprender a chegar no seu destino. Demora mais um pouco, mas com paciência, boa vontade e muita fé nessa hora, tenho certeza que você chegará.
Boa sorte.
Foi retirado de um momento comum de alguém que dirigia e se perdeu.
A vida é assim, sem mapas, sem GPS, mas todos tem um destino, é só seguir e se perder, vai chegar uma hora, que chegaremos lá.
Aprendendo o caminho na estrada da vida.
Elaine Ribeiro